Castle of Lagos
Lagos Faro Portugal
castle, chateau
Castelo de Lagos
Lagos Faro Portugal
castle, chateau
The Castle of Lagos is a medieval castle located in the municipality of Lagos, Portugal
O Castelo de Lagos, oficialmente conhecido como Muralhas e Torreões de Lagos e Cerca Urbana e Frente Fortificada de Lagos, é um monumento militar na cidade de Lagos, na região do Algarve, em Portugal
Previous names
Castle of Lagos, Castelo de Lagos
Description
The Castle of Lagos is a medieval castle located in the municipality of Lagos, Portugal. Its walls surrounded the entire city of Lagos, providing the town its main means of defence. History Early History Due to its strategic location, this stretch of coastline has been successively occupied since prehistoric times. In antiquity, the region was visited by Greek navigators, Phoenicians and Carthaginians. When the Romans arrived in the Iberian Peninsula, the primitive village had the Latinized name of Lacóbriga (also written Laccobriga). The new settlement received a quadrangular wall for its defence. The town of Lagos was occupied by Visigoths and later on, in the eight century, by Muslim Moors from North Africa, who renamed the town as 'Zawiya'. Abd-ar-Rahman III, Caliph of Cordoba, conquered the town in 929 and provided it with towers. The size of these works reflected the economic and strategic importance the town enjoyed, which had a privileged access to Muslim Silves. Middle Ages During the Christian reconquest of the Iberian peninsula, the region was conquered by King Sancho I (1185-1211) in 1189. Almohad Caliph Abu Yusuf Yaqub al-Mansur reconquered the place in 1191, only to be retaken in 1241 by Paio Peres Correia. From this time there is little reliable information regarding the town's defences under Muslim rule. King Afonso III (1248-1279) began works on the city's walls, which were continued by King Denis (1279-1325) and his successor Afonso IV (1325-1357). From 1361 onwards, the town of Lagos was separated from the jurisdiction of Silves, reaching administrative independence. In the context of the Portuguese discoveries, Lagos played an important role. Nearby Sagres was one of the support bases for the conquest of North Africa and the operations of Henry the Navigator (1394-1460), in the first phases of the Age of Discoveries. Due to its harbour, as well as facilities where Caravels and other vessels were built, Lagos played a crucial role in the rise of the Portuguese Empire. Later Middle Ages With the reign of King John II (1481-1495), the Company of Guinea was moved from Lagos to new premises in Lisbon (1481-1482). King John II and his successor also carried out conservation work on the defenses of Lagos, who endowed it with an aqueduct for the water supply, built somewhere between 1490 and 1521. King King Manuel I (1495-1521) granted a second Foral Charter in 1504, reformed a decade later, giving start to the construction of the Governors's Palace. Under the expansionist project of King Sebastian (1568-1578), Lagos became a city in 1573, becoming the capital of the Kingdom of the Algarve and the residence of the Captains General and Governors. His successor, Cardinal Henry (1578-1580), confirmed the title in 1579. During the Iberian Union, the strength of Lagos's defences increased. The city managed to fiercely oppose the landing of Francis Drake's forces in 1587, forcing Drake to seek a more vulnerable point in that stretch of coast (eventually attacking Sagres). The damage applied by the English artillery to Lagos, as well as the fear of new attacks on the coast, led to the reconstruction and modernization of its defenses. Post Middle Ages At the time of the restoration of Portuguese independence, conservation works were undertaken on the walls (1642), when the proposal to build a large, pentagonal plant with five bastions at the corners, in the south of the city (1643) was approved. Later, the city and its defences would be severely affected by the tsunami that devastated the Algarve coast as a result of the earthquake of 1755. The resulting destruction was such that the civilian and military governments were transferred to Tavira, less affected by the natural disaster. At the end of the century, the city center was transferred from the old Praça de Armas (current Praça Infante D. Henrique) to the Cano Square (now Gil Eanes Square). In the 19th century, the city experienced a surge of economic growth, especially in the fish industry. The walls and ramparts are classified as national monuments by a decree published on June 20, 1924. From the second half of the 1950s, the government, through the Directorate General for National Buildings and Monuments, in view of the celebrations of Centenarians, conducted a wide intervention in the built-up heritage of Lagos, rebuilding addorsed buildings to ancient walls and bulwarks, rebuilding the Palace of the Governors, sections of walls and constructed the Discovery Avenue (Avenida dos Descobrimentos), a landfilled increased protection area between the city and the sea. Recently (2001), the Baluarte of Porta Vila, was reclassified as an astronomical observatory. Characteristics All of the city's defences have an incomplete plant in an irregular pentagon shape. The medieval structure surrounded the town that developed around the Church of Santa Maria do Castelo. The new fence, adapted to firearm artillery, is made up of three flank bastions (from Santa Maria, Alcaria and São Francisco) and four towers (the Praça de Armas, the Conception, Porta Room and Santo Amaro).
O Castelo de Lagos, oficialmente conhecido como Muralhas e Torreões de Lagos e Cerca Urbana e Frente Fortificada de Lagos, é um monumento militar na cidade de Lagos, na região do Algarve, em Portugal. A evolução das fortificações de Lagos acompanhou a longa história da cidade. Embora o castelo não tenha chegado até aos nossos dias e o conjunto da cerca medieval se encontre relativamente descaracterizado, Lagos é a cidade algarvia com perímetro fortificado mais extenso. Este conjunto foi reforçado ao final do século XIII, pela construção de outras fortificações que cooperavam para a defesa da cidade e sua baía, entre as quais se destacam, entre outras, o Forte da Ponta da Bandeira e o Forte da Meia Praia. História Antecedentes A cidade de Lagos tem uma história muito antiga, tendo a primeira povoação na zona sido o castro ou cidade fortificada de Lacóbriga, fundada por volta de 1899 a.C., pelos povos cónios. O principal sítio apontado pelos arqueologistas para a localização de Lacóbriga é o Monte Molião, onde foram encontrados vestígios desde a pré-história até ao domínio romano. Na zona de Lagos foram encontrados vestígios dos povos fenícios, e gregos. A povoação foi conquistada pelos cartagineses, que mudaram a sua localização em meados do primeiro milénio a.C., para o sítio da moderna cidade de Lagos. A nova povoação recebeu, para a sua defesa, uma muralha de planta quadrangular. A cidade foi conquistada pelas forças romanas no Século I a.C., tendo nessa altura o seu nome sido alterado para Lacobrica. O domínio romano da Lusitânia durou até meados do primeiro milénio, tendo terminado com as invasões dos povos de Leste, primeiro os Alanos e depois os visigodos. No Século VIII, iniciou-se a invasão muçulmana da Península Ibérica, tendo a cidade de Lacobrica sido conquistada pelos omíadas em 716. Estes mudaram o nome à povoação, que passou a denominar-se de Halaq Al-Zawaia ou Al-Zawaia. O primeiro castelo em Lagos foi construído ainda durante o período islâmico, devido à sua localização como ponto para a defesa costeira, e ao mesmo tempo como acesso à importante cidade de Silves. Este recinto fortificado teria sido construído ainda nos primórdios do período califal, durante o domínio de Abd al-Rahmman III, mas foi completamente destruído devido a sucessivas obras nos séculos seguintes. No contexto de disputas internas, Abderramão III, califa de Córdoba, conquistou a povoação (929), dotando-a de duas ordens de muros, reforçados por torres. A dimensão destas obras traduz a importância económica e estratégica de que a povoação gozava, no acesso à Silves muçulmana. O castelo medieval À época da Reconquista, foi inicialmente conquistada pelas forças do rei Sancho I (r. 1185–1211) em 1189. Retomada em 1191 pelas forças do Califado Almóada sob o comando do califa Iacube Almançor (r. 1184–1199) e manteve-se sob controle mouro até sua reconquista entre 1241 e 1249. Os habitantes muçulmanos fugiram para o Norte de África, tendo no entanto destruído os edifícios em Lagos antes de partirem. Apesar da reconquista ter terminado, os povos maometanos continuaram a guerra pelo oceano, atacando frequentemente Lagos e outras povoações marítimas do Algarve. Do mesmo modo de que não dispomos de informações seguras acerca da evolução arquitectónica das defesas sob o domínio muçulmano, o mesmo ocorre para os primeiros séculos do domínio cristão. Sabe-se que as obras iniciaram-se sob o reinado de D. Afonso III (1248-1279), prosseguindo pelo tempo de D. Dinis (1279-1325) e de D. Afonso IV (1325-1357). D. Afonso IV ordenou a construção de uma cintura de muralhas em redor da cidade, que cobriam a área entre a Porta da Vila, a futura Igreja de Santo António, o castelo e a Porta de São Gonçalo. Uma carta de 1332 de D. Afonso IV refere que ainda estavam por concluir os muros, que nessa altura se prolongavam desde a Igreja de Santa Maria até à cadeia, nos limites da povoação. A partir de 1361, a vila de Lagos foi separada da jurisdição de Silves, alcançando a independência administrativa. Sobreviveram relatos da continuação dos trabalhos durante o período de D. Fernando (1367-1383). O último destes relatos foi emitido durante a Guerra dos Cem Anos, provavelmente no âmbito de uma campanha para a modernização das defesas. Em que pese esta importância estratégica, nas Cortes de 1475 registaram-se reclamações acerca do precário estado de conservação em que se encontravam as fortificações algarvias, entre as quais esta, de Lagos. Dos baluartes manuelinos à Dinastia Filipina Ao se iniciar o reinado de D. João II (1481-1495), a Casa da Guiné foi transferida de Lagos para novas dependências, em Lisboa (1481-1482). Este soberano e seu sucessor também teriam procedido a trabalhos de conservação nas defesas de Lagos, que fizeram dotar com um aqueduto para o abastecimento de água (1490-1521). D. Manuel I (1495-1521) outorgou-lhe a segunda Carta de Foral (1504), reformada uma década mais tarde, fazendo iniciar o edifício do Paço dos Governadores. Também foi iniciado um grande programa para a reparação e ampliação das fortificações de Lagos, tendo sido reconstruída uma grande parte da cerca medieval, que foi aumentada, passando a abranger uma área superior, alteração que era necessária devido ao progressivo crescimento residencial da cidade. Neste sentido, foi construída uma segunda linha de muralhas e mais quatro baluartes, que foram instalados em zonas mais importantes do perímetro fortificado, junto ao oceano e à ria. Esta segunda linha foi construída a partir de 1520. Três destes baluartes foram destruídos devido à expansão da cidade no sentido da ribeira, tendo sobrevivido apenas o da Porta da Vila, no ponto Sudoeste das muralhas. Os nomes de alguns destes baluartes ficaram na toponímica local, como a Rua da Barroca e a Rua das Portas de Portugal. Em 1556, o Rei D. João III deu ordem para que fossem terminadas as obras começadas por D. Manuel, embora tenha dado mais atenção à muralha ocidental, mudando desta forma os planos iniciais, que valorizavam mais os lados meridional e nascente. Com esta modificação, o recinto fortificado ganhou mais dez baluartes, tendo sido a primeira muralha totalmente abaluartada em território nacional. Alguns dos baluartes, nomeadamente o da Porta dos Quartos e o de São Francisco, foram construídos com parapeitos já prontos para o uso de armas de artilharia. Foram erguidos quatro modernos baluartes defendendo a parte da vila voltada para o mar e para a ria (Baluarte da Porta Nova, Baluarte da Porta de Portugal, Baluarte da Barroca e Baluarte do Trem do Quartel). Apesar da sua sofisticação, as defesas de Lagos foram insuficientes para derrotar as forças de Francis Drake em 1587, que atacou a região durante uma guerra entre a Espanha e a Inglaterra. Devido a este fracasso, Filipe I iniciou um programa para a reconstrução e a modernização do recinto fortificado, que se iniciou nos anos seguintes, embora com grandes atrasos. Em 1621, a parte mais fortificada das muralhas, correspondente ao Castelo dos Governadores, foi modificada de forma a servir de habitação ao alcaide do castelo. A Muralha Renascentista foi terminada apenas na primeira metade do Século XVII. Guerra da Restauração ao Século XIX Após o Domínio Filipino, a cidade de Lagos iniciou um período de decadência, o que teve efeitos negativos no aparelho defensivo, cujas obras passaram a ser principalmente de reforço das estruturas já existentes, embora tendo sido construídos alguns novos fortins na costa. No momento da restauração da independência portuguesa, foram empreendidos trabalhos de conservação nas muralhas (1642), ocasião em que foi formulada a proposta para a construção de uma fortaleza de grandes dimensões, de planta pentagonal com cinco baluartes nos vértices, sobre a falésia ao sul da cidade (1643). Posteriormente, a cidade e as suas defesas seriam duramente atingidas pelo maremoto que assolou o litoral algarvio em consequência do terramoto de 1755. A destruição resultante foi de tal ordem que os governos civil e militar se transferem para Tavira, menos afetada. No final do século, o centro da cidade foi transferido da antiga Praça de Armas (atual Praça Infante D. Henrique) para a Praça do Cano (atual Praça Gil Eanes) (1798). O Sismo de 1755 devastou grande parte da cidade de Lagos, incluindo o Castelo, que nunca chegou a ser reconstruído. Relatos da época contam que as águas do oceano subiram à altura das muralhas, que ficaram totalmente destruídas nas partes em que embateu. Na segunda metade do século XIX a cidade conheceu um surto de expansão, a partir da instalação de indústrias de conservas de pescado. Nessa fase, são alargadas a Porta de Portugal e a Porta dos Quartos bem como erguido um chafariz no Baluarte da Porta Nova (1863) e, posteriormente alargadas, a Porta do Postigo, a Porta do Cais e a Porta Nova (1888). Séculos XX e XXI O conjunto de muralhas e baluartes está classificado como monumento nacional por Decreto publicado em 20 de Junho de 1924. Ainda assim, nos finais da década, levou-se a cabo a demolição do Baluarte das Portas da Vila, cujos antigos materiais foram postos à venda em hasta pública pelo Comando Militar de Lagos em 1929. No Século XX, Lagos foi uma das principais cidades abrangidas pelo programa das Comemorações dos Centenários, tendo sofrido grandes obras de remodelação, incluindo o restauro das muralhas e a sua desobstrução através da demolição de edifícios anexos, e a construção de uma avenida que delineou os limites urbanos na orla costeira. Em 7 de Agosto de 1960, foi inaugurada a Avenida dos Descobrimentos, no âmbito de uma grande festa na cidade de Lagos, com a presença do almirante Américo Tomás e do presidente brasileiro, Juscelino Kubitschek, que visitaram o castelo de Lagos. A partir da segunda metade da década de 1950, o poder público, através da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, tendo em vista as comemorações dos Centenários, procedeu uma ampla intervenção no património edificado de Lagos, demolindo edificações adossadas aos antigos muros e baluartes, reconstruindo o Paço dos Governadores, reedificando troços de muralhas e abrindo a Avenida das Descobertas, em aterro que aumentou a proteção entre a cidade e o mar. Em 10 de Outubro de 1984, o Diário de Lisboa relatou que tinha sido assinado um acordo entre a autarquia de Lagos e o Ministério do Equipamento Social para um grande programa de reabilitação urbana do centro histórico da cidade, que incluía a construção de um anfiteatro num dos ângulos das muralhas. Nessa altura, a Direcção-Geral dos Monumentos Nacionais estava a fazer obras de recuperação parcial das muralhas e de algumas das torres, e iniciou um programa de recuperação do Castelo dos Governadores, cuja zona estava muito degradada, e que deveria durar cerca de três anos e custar vinte mil contos. Posteriormente, continuaram as várias obras de remodelação das antigas estruturas defensivas, destacando-se a adaptação do Baluarte da Vila a um observatório astronómico. Em 2018, a Câmara Municipal de Lagos lançou um concurso para obras de remodelação na zona nascente das muralhas de Lagos, junto ao Jardim da Constituição, e que engloba o Torreão da Ribeira, as duas torres albarrãs na Porta de São Gonçalo, a fachada Sul do Castelo dos Governadores mais o seu revelim, e o pano de muralha desde o primeiro torreão até ao Castelo dos Governadores. Esta empreitada teve o valor de 140 mil Euros, e um prazo de execução de quatro meses. Em Novembro desse ano, teve lugar em Lagos a reunião anual da associação Urban Sketchers, evento que contou com visitas comentadas a vários monumentos da cidade, incluindo as muralhas e o Castelo dos Governadores. Em Abril de 2019, a Revista Municipal de Lagos noticiou que a autarquia tinha adjudicado mais duas intervenções nas muralhas, que consistiam namanutenção na Rua da Barroca, e na recuperação do lanço nascente das muralhas. Em finais de 2019, foi aprovado o Orçamento e Plano de Actividades para 2020 da Câmara Municipal de Lagos, sendo uma das intervenções previstas o prosseguimento das obras de conservação e valorização das muralhas da cidade. Em Março de 2021, a Câmara Municipal de Lagos estava a planear a transformação da área externa às muralhas entre a Rua Infante de Sagres e a Travessa do Cemitério num espaço verde, que deveria ser a terceira e última fase do Parque da Cidade. Além de zonas verdes, também estava planeada a instalação de lugares para estacionamento, vias pedestres e para ciclistas, e espaços para eventos.
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