Forte de São Julião da Barra
Oeiras Lisbon Portugal
fortress
Forte de São Julião da Barra
Oeiras Lisbon Portugal
fortress
The São Julião da Barra Fort is the largest and most complete military defense complex in the Vauban style remaining in Portugal
O Forte de São Julião da Barra constitui o maior e mais completo complexo militar de defesa no estilo Vauban remanescente em Portugal
Previous names
Forte de São Julião da Barra, Forte de São Julião da Barra
Description
The São Julião da Barra Fort is the largest and most complete military defense complex in the Vauban style remaining in Portugal. It is located in São Julião da Barra, on the point of São Gião, in the parish of Oeiras e São Julião da Barra, Paço de Arcos e Caxias, Lisbon District. Considered in the past as the most important maritime fortification in the country, it had originally, together with the Fort of São Lourenço do Bugio, the role of controlling access to the port of Lisbon. It is currently the official residence of the Portuguese Minister of National Defence.
History
Starting from small beginnings, São Julião has been modified, expanded and adapted over several centuries. The construction of a fort on the right bank of the Tagus River was recommended by the King of Portugal, Manuel I, to his son and successor, John III. In 1549 John III created the position of Master of the Works of Fortification of the Kingdom, and initially entrusted the architect, Miguel de Arruda, with construction of several fortified complexes in overseas Portuguese territories. Following a decision that the defence of Lisbon would be best served by a defensive arrangement incorporating several forts, work on the Fort of São Julião da Barra, under the supervision of Arruda, began in 1553 and had been completed by 1568.
The defensive arrangements also incorporated the Tower, later Fort of São Lourenço do Bugio, situated on a sandbank in the middle of the Tagus estuary, and the role of these two forts to protect the entrance to the Lisbon bar were complemented by the Citadel of Cascais, as a first defence at the mouth of the river, and by the Tower of Belém close to Lisbon and the Fort of São Sebastião de Caparica on the left bank, which were seen as a last line of defence. Additional work continued in 1573, when those awaiting deportation and held in the fort’s dungeons were used for forced labour. In 1579 a Spanish spy in the service of Philip II of Spain produced a drawing of the fort, which was subsequently attacked from the land by Spanish troops under the command of the Duke of Alba. The garrison surrendered on August 13, 1580.
During the Spanish occupation the Duke of Alba planned the reinforcement of the fort, raising new batteries and extending the defenses of the western flank. In 1582 bastions were added to the eastern side. Further enlargement and reinforcement was carried out from 1597. Together, these works transformed São Julião da Barra into the largest and most powerful fort in Portugal. In the same period, the fort began to be used as a political prison, a function that was maintained in the following centuries until the First Portuguese Republic.
At the beginning of the Portuguese Restoration War (1640-1668), the fort suffered its second siege, by troops loyal to the Duke of Braganza, who became King John IV of Portugal in 1640. Under his reign further repair works were carried out to the fort including construction of barracks and lodgings for the garrison and further defences against attack from the land. Further improvements were implemented in 1751 but in 1755 the fort suffered damage as a result of the Lisbon Earthquake, the most serious being the collapse of the lighthouse tower in the centre of the square. The lighthouse resumed operation in 1761.
At the beginning of the Peninsular War French Napoleonic troops under the command of General Jean-Andoche Junot reached the limits of Lisbon on November 30, 1807. The fort was transformed into barracks for the French occupation troops under the command of General Jean-Pierre Travot, while the bar of the Tagus River was blocked by the British navy in support of the Portuguese. The fort passed into British hands following the Sintra Convention, on 2 September 1808. In 1809 it was earmarked as the evacuation point for British troops under the command of Arthur Wellesley, 1st Duke of Wellington in the event that British and Portuguese troops were unable to repel a further French invasion. The fort was protected by a series of military works constructed under Wellington's orders and collectively known as the third line of the Lines of Torres Vedras. In 1831, during the Portuguese Civil War (1828-1834), it was the target of artillery fire from the French fleet under the command of Admiral Albin Roussin.
On 22 August 1951, São Julião ceased to be a military fortification and was adapted for the reception of members of the government and accommodation for illustrious visitors. It was used for the reception of General Dwight D. Eisenhower in 1951 and Field Marshal Montgomery in 1952. The German Chancellor, Angela Merkel, was hosted at the fort in November, 2012.
O Forte de São Julião da Barra constitui o maior e mais completo complexo militar de defesa no estilo Vauban remanescente em Portugal. Localiza-se em São Julião da Barra, na ponta de São Gião, extremo oeste de Oeiras, na freguesia de Oeiras e São Julião da Barra, Paço de Arcos e Caxias.
Considerada no passado como o Escudo do Reino, maior fortificação marítima no país. Tinha originalmente, em conjunto com o Forte de São Lourenço do Bugio, com quem cooperava, a função de controle da entrada e saída das embarcações na barra do Tejo e o acesso ao porto de Lisboa.
Atualmente é a residência oficial do Ministro da Defesa Nacional de Portugal.
História
Antecedentes
A construção de uma fortificação na ponta onde existiria uma ermida sob a invocação de São Gião, na margem direita da barra do rio Tejo, foi recomendada por D. Manuel I (1495-1521) a seu filho e sucessor, D. João III (1521-1557).
Em 1549 este soberano criou o cargo de Mestre das Obras de Fortificação do Reino, lugares d'Além e Índias que confiou ao renomado arquitecto Miguel de Arruda, responsável por diversos complexos fortificados no ultramar português.
Atendendo ao entendimento do seu Concelho, que sustentava que a defesa marítima do porto de Lisboa não deveria se fundamentar unicamente no Castelo de São Jorge e na antiga cerca moura, e sim em modernas fortalezas abaluartadas junto à foz do rio, o soberano fez iniciar as obras do Forte da Ponta de São Gião em 1553, na margem direita da barra do Tejo.
A defesa do porto e cidade de Lisboa passaria a ser constituída por um complexo defensivo integrado pela Torre, depois Forte de São Lourenço do Bugio, num banco de areia a meio da foz, com quem cruzava fogos, fechando a barra do Tejo, complementado pela Praça-forte de Cascais, como guarda avançada na margem direita da foz, e pelas Torre de Belém (margem direita) e Torre Velha da Caparica (margem esquerda) como defesa última do porto de Lisboa.
A Torre de São Julião
Os planos da primitiva fortificação, abaluartada nos moldes da escola italiana, são atribuídos ao arquitecto Miguel de Arruda, no exercício do cargo criado em 1549.
Sabe-se que em 1559 foi lançado um tributo especial o que permitiu que as obras da sua edificação se desenvolvessem mais rapidamente, e que, em 1562 Miguel de Arruda foi nomeado Mestre-Vedor das obras. Desse modo, já em 1568, a estrutura era dada como concluída, ao término da primeira regência do Cardeal D. Henrique (1562-1568). Obras complementares, entretanto prosseguiam ainda em 1573, quando nas masmorras do forte eram detidos aqueles que aguardavam degredo, ocupados em trabalhos forçados nas obras da própria estrutura. Data dessa época (1579) uma descrição e um desenho da fortificação, de autoria de João Baptista Gésio, espião a serviço do rei Filipe II de Espanha, que já então se preparava para assumir o trono de Portugal. A sua defesa, entretanto, não foi capaz de impedir o avanço das tropas espanholas sob o comando do duque de Alba que a cercaram pelo lado de terra, tendo se rendido ao fim de seis dias (13 de Agosto de 1580), conforme negociações entre Tristão Vaz da Veiga e o comando das tropas invasoras.
O período da Dinastia Filipina
À época da Dinastia Filipina, a partir de 1580, o duque de Alba determinou ao arquitecto Giácomo Palearo que projetasse meios para reforçar a defesa do forte. Este procedeu a correções no traçado do fosso, fez erguer novas baterias, ampliou as defesas do flanco oeste. A partir de 1582 procedeu-se a edificação da esplanada inferior do lado leste, adicionando-se os baluartes sob a invocação de São Filipe e de São Pedro. A partir de 1597 o engenheiro militar e arquiteto cremonense Leonardo Torriani, assumiu a direção das suas obras de ampliação e reforço. No conjunto, essas obras transformaram o Forte de São Julião na maior e mais poderosa fortificação do reino de Portugal, à época. No mesmo período, as instalações da fortificação passaram a ser utilizadas como prisão política do Estado português, função que se manteve nos séculos seguintes até à 1ª República portuguesa.
A Restauração da Independência de Portugal
No momento da Restauração da Independência, sofreu o seu segundo cerco por terra, agora pelas tropas leais ao Duque de Bragança. Na ocasião destacou-se a inciativa de D. Fernando de Mascarenhas, 1º conde da Torre que, aí detido politicamente, levou o governador espanhol da praça, D. Fernando de La Cueva, a negociar os termos da rendição, em troca de substancial recompensa (12 de Dezembro de 1640).
Sob o reinado de D. João IV (1640-56), o governador da praça, Martim Correia da Silva reportou ao soberano a urgência de obras de reparo (1645). Assim, dentro de um plano de reforço da fortificação do litoral lisboeta, a partir de 1650, novas obras de ampliação e reforço tiveram lugar em São Julião da Barra, destacando-se a construção, pelo lado de terra, de um novo revelim, à qual se seguiria a construção de quartéis e alojamentos para a guarnição (1655).
O consulado pombalino
À época do consulado pombalino, sofreu novas obras de recuperação e de ampliação, agora na muralha pelo lado do mar, na Casa do Governador, nos quartéis e nas cisternas (1751). Sofreu danos causados pelo terramoto de 1755, o mais grave talvez a queda do farol, da respectiva torre que se elevava no centro da praça, conforme fontes coevas (apud Memória do Pe. Matias Marques Cardoso in: Luís Cardoso (Pe.). Dicionário Geográfico de Portugal.). As obras de recuperação do farol implicaram na elevação da sua torre em trinta palmos de altura (cerca de seis metros), tendo voltado a funcionar em 1761. Enquanto isso, o primeiro-ministro aí faria encarcerar mais de uma centena de jesuítas a partir de 1759.
O século XIX
Quando do início da Guerra Peninsular, as tropas francesas de Napoleão Bonaparte, sob o comando do general Jean-Andoche Junot alcançaram os limites de Lisboa a 30 de Novembro de 1807. A vila de Oeiras e o Forte de São Julião foram transformados em Quartel-General das tropas de ocupação francesas sob o comando do general Jean-Pierre Travot, enquanto a barra do rio Tejo era bloqueada pela marinha inglesa. O forte só passou para as mãos britânicas após a Convenção de Sintra, em 2 de Setembro de 1808.
A partir de 1809, o Forte de São Julião, o mais importante da linha de Oeiras (que constituía a terceira das quatro linhas defensivas de Lisboa, as famosas Linhas de Torres), voltou a ter um Governador militar português. Sob orientação britânica foram erguidos neste litoral uma série de pequenos redutos de marinha que complementavam a defesa de terra de São Julião, com a finalidade de proteger o reembarque das tropas britânicas em caso de necessidade.
Neste período, continuamente utilizada como prisão política, um de seus mais famosos detentos foi o general Gomes Freire de Andrade, acusado de suposto envolvimento numa conspiração contra a presença inglesa. Executado, o seu corpo foi queimado e as suas cinzas deitadas ao rio Tejo em 18 de Outubro de 1817.
Durante a Guerra Civil Portuguesa (1828-1834), foi alvo do fogo da artilharia da esquadra francesa que, sob o comando do almirante Albin Roussin, forçou a barra do Tejo (1831).
O século XX
Tendo perdido as funções defensivas, diante da evolução dos meios bélicos, mas sempre ocupado como prisão política e farol, em meados do século XX foi desclassificado como fortificação militar e entregue à presidência do Conselho para ser adaptado para a recepção de membros do governo e pousada de visitantes ilustres (1951). Já no exercício dessas funções, foi utilizada para a recepção do general norte-americano Dwight David Eisenhower (1951) e na do marechal britânico Bernard Law Montgomery (1952), heróis da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A partir de então, os antigos quartéis foram adaptados para o uso civil como salões, sala de jantar e biblioteca, tendo a Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN) iniciado uma longa e cuidadosa série de intervenções de consolidação e restauro, em diversas campanhas (por conta própria em 1952-1954, 1962-1969, 1975, 1994-2000, e em parceria com o IST/LNEC de 1998 a 2001).
Atualmente, é pertença do Estado da Defesa Nacional. Só está aberto ao público mediante marcação prévia e disponibilidade do próprio forte.
No dia 12 de Novembro de 2012 o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, recebeu pelas 13h35, a chanceler alemã, Angela Merkel, no Forte de São Julião da Barra, e os dois estiveram cinco minutos à conversa no exterior da fortaleza. No Forte de São Julião da Barra, em Oeiras, Angela Merkel teve um almoço de trabalho com Pedro Passos Coelho, com a duração prevista de uma hora e meia, seguindo-se uma conferência de imprensa conjunta, marcada para as 15h00. Angela Merkel, que vinha do Palácio de Belém, onde esteve reunida com o Presidente da República, Cavaco Silva, chegou com 15 minutos de atraso ao Forte de São Julião da Barra, em Oeiras, onde tinha Pedro Passos Coelho à sua espera, sozinho. O primeiro-ministro português saudou a chanceler alemã com um aperto de mão e depois os dois caminharam calmamente pela passadeira vermelha, à conversa, parando várias vezes, até chegarem a uma parte das muralhas do forte de onde se pode avistar, em baixo, a Praça do Infante. Nesta praça, para além de uma estátua do Infante Dom Henrique, voltada para a foz do Tejo, estão dois canhões comprados no século XIX aos prussianos. A ementa do almoço de trabalho entre os chefes de Governo da Alemanha e de Portugal abrangeu 'consommé' de aves e cabrito assado à portuguesa. Participaram também neste encontro, em representação do Governo português, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas, e o secretário de Estado das Finanças, Manuel Rodrigues. A chanceler da Alemanha realizou uma visita a Portugal com um programa de cinco horas, que abrangeu reuniões com o Presidente da República e com o primeiro-ministro portugueses e um encontro com empresários dos dois países.
Useful information
Free\Charge
- It is the official residence of the Minister of National Defense of Portugal.
- Closed for visitors
-
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