Fortaleza de Sagres
Sagres Faro Portugal
fortress
Fortaleza de Sagres
Sagres Faro Portugal
fortress
The Fort of Sagres is located on a dramatic, narrow headland that juts out into the Atlantic Ocean to form Portugal's most south-westerly point
A Fortaleza de Sagres, também referida como Castelo de Sagres ou Forte de Sagres, é um monumento militar, situado junto da aldeia de Sagres, no concelho de Vila do Bispo, na região do Algarve, em Portugal
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Fortaleza de Sagres, Fortaleza de Sagres
Description
The Fort of Sagres is located on a dramatic, narrow headland that juts out into the Atlantic Ocean to form Portugal's most south-westerly point. It dates back to the 15th Century, a time when the Portuguese coast was often the target of raids from the Barbary pirates who heralded from the nearby North African shores. The Fortaleza de Sagres was built on the orders of Henry the Navigator (Infante D. Henrique), one of the chief drivers in what became known as the Age of Discoveries. Henry spent much of his time here before setting off on his voyages upon which he was the first European to discover the Azores and large parts of the African coastline. Before the Age of Discoveries, many Europeans had been scared to venture too far out into the Atlantic out of fear that, among other things, sea monsters existed that would swallow their ships whole. Henry also has the dubious claim of being the founder of the Atlantic slave trade. Years after Henry’s death here in 1460, the fort was raided by the English sailor and adventurer Sir Francis Drake, but it was the devastating earthquake and tsunami in 1755 that almost destroyed the fortress. It is hard to imagine today, but the tsunami caused the sea to crash over the high cliffs here, causing devastation in its path. Today, the walls and impressive entrance arch which stretch across the headland are all that remain of the original building. However, the fort was restored in the 20th century and is now one of Sagres' most popular attractions. Visitors can learn about the fort's history from the various signs dotted around the area, and walk around the outcrop, enjoying the panoramic views over the Atlantic Ocean and the rugged Cabo de Vincent coastline. https://www.travel-in-portugal.com
A Fortaleza de Sagres, também referida como Castelo de Sagres ou Forte de Sagres, é um monumento militar, situado junto da aldeia de Sagres, no concelho de Vila do Bispo, na região do Algarve, em Portugal. A fortaleza foi construída no Século XV, durante o período do Infante D. Henrique, tendo sido muito danificada pelo Sismo de 1755 e reconstruída nos finais desse século, de forma muito modificada. Foi alvo de grandes obras de remodelação nas Décadas de 1960, 1990, e 2010. No seu interior destaca-se a Igreja de Nossa Senhora da Graça, igualmente construída durante o período henriquino. A fortaleza é de grande importância histórica devido à sua ligação ao Infante D. Henrique e aos Descobrimentos Portugueses, tendo em 2018 sido o monumento mais visitado no Algarve, e provavelmente em toda a região a Sul do Tejo. História Antecedentes A zona em que se situa a fortaleza teve um importante papel do ponto de vista espiritual, devido à sua localização geográfica, longe dos núcleos populacionais, e à sua forma, como um grande promontório onde a terra penetra no mar. Com efeito, as referências mais antigas ao cabo foram feitas pelo historiador grego Éforo de Cime, no Século IV a.C., que a denominou de Hieron Akroterion, nome que foi depois traduzido para latim como Promontorium Sacrum (Promontório Sagrado) por Plínio, o Velho na sua obra História Natural. A ocupação humana da região remonta pelo menos até ao Neolítico antigo, segundo os vestígios encontrados na Estação arqueológica de Cabranosa, a Noroeste da aldeia de Sagres. Durante o período romano, é possível que fosse um local de culto ao deus Saturno ou a Hércules. Com efeito, foram encontrados vários vestígios romanos nas proximidades, incluindo na Praia do Beliche, nos Ilhéus da Baleeira ou do Martinhal, e na própria Praia da Baleeira. A zona ganhou uma grande importância do ponto de vista espiritual, devido à lenda que teria sido o local de sepultura de São Vicente, após ter sido martirizado pelo oficial romano Públio Daciano. Durante o período muçulmano poderá ter existido um edifício dedicado ao culto daquele santo, que foi descrito pelo geógrafo Idrisi como o Templo do Corvo. Este templo teria sido principalmente frequentado por moçárabes, funcionando até ao Século XII, quando os despojos mortais do santo foram transladados para Lisboa, por ordem do rei D. Afonso Henriques. Século XV Em 1438, o Infante D. Henrique esteve na região do Algarve, depois da derrota militar em Tânger no ano anterior, podendo ter sido nessa altura que se começou a interessar pela região do Cabo de São Vicente. Com efeito, existem provas de que o Infante esteve várias vezes na vila de Lagos, então o principal núcleo das Descobrimentos, e com muita facilidade poderia ter acedido ao cabo, que tinha uma grande importância do ponto de vista religioso, devido à sua ligação a São Vicente. É possível que nessa altura já tivesse pensado em criar uma residência em Sagres. Em 27 de Outubro de 1443, a coroa concedeu o território do Cabo de São Vicente ao Infante D. Henrique, a título vitalício. Nesta altura, aquela região estava praticamente desabitada, tendo sido descrita num diploma de Duarte I de 1434 como um «lugar solitário e deserto, muito afastado das povoações», tendo o Infante manifestado a sua intenção de «fazer certa povoação ou povoações cercadas» na carta de doação, em 1443. Nos vários anos seguintes, esteve empenhado em criar um senhorio próprio na região de Sagres, tendo o historiador Alberto Iria avançado em 1961 uma teoria sobre a localização original da povoação fundada pelo Infante para a sua residência. Assim, esta seria formada por vários edifícios rodeados por um circuito amuralhado, no mesmo local onde foi depois construída a fortaleza de Sagres. Com efeito, posteriormente foram descobertos vários vestígios das muralhas originais no mesmo local. O complexo original foi desenhado por um autor inglês no Século XVI, sendo visível na gravura um edifício central com uma pequena escada e duas chaminés, que poderia ter sido onde ele viveu e faleceu. Esta comunidade não era ainda conhecida como Sagres, tendo o Infante D. Henrique feito referência ao seu senhorio como «a dita vila do infante», «a minha vila de Terçanaball» e «a minha vila de Terçanaval». Estas últimas denominações não correspondiam propriamente à povoação, mas à região em que se implantava, enquanto que vila não era empregue como uma categoria de localidade, mas como uma referência às antigas villas romanas, como locais de retiro dos mais abastados. Segundo a tradição, além da vila, o Infante também teria criado uma escola de navegação em Sagres. Porém, a Vila do Infante só terá começado a ter condições de funcionamento cerca de 1446, vários anos depois de terem sido feitos importantes avanços na navegação litoral africana, como a passagem do Cabo Bojador por Gil Eanes, desfazendo o mito da Escola de Sagres. Porém, esta tradição foi sensivelmente baseada em acontecimentos históricos, já que o cabo terá sido uma das inspirações para o Infante ter lançado as navegações africanas, pelo que se pode afirmar que Sagres teve um papel primordial no arranque dos Descobrimentos Portugueses. No entanto, a existência da Escola de Sagres não pode ser totalmente descartada, embora num local diferente, por exemplo na vizinha vila de Lagos, que foi o principal centro das navegações henriquinas. Em 1459, o Infante mudou-se para o Barlavento algarvio, onde ficou até ao seu falecimento, onde se dedicou, entre outras funções, ao desenvolvimento da sua vila de Terçanabal. Com efeito, nesta altura a vila ainda era considerada um local pouco agradável, embora tenha conhecido algum crescimento na Década de 1450, devido principalmente aos acompanhantes do Infante e a várias pessoas que foram ali colocadas em degredo. Devido a este aumento populacional, o Infante ordenou a criação da paróquia de Santa Maria em 14 de Outubro de 1459, «em local outrora bravio e depois povoado», que foi entregue à Ordem de Cristo. Entretanto, em 1454 o navegador veneziano Cadamosto chegou à Vila do Infante, onde foi contratado por D. Henrique para participar nos Descobrimentos. O Infante D. Henrique faleceu em 13 de Novembro de 1460, na sua vila em Sagres. Após a sua morte, a vila entrou num período de declínio, tendo mudado várias vezes de administrador até ao final do reinado de D. João II, em 1495. Com efeito, em 29 de Outubro de 1471 o rei D. Afonso V fez a doação do senhorio da vila, até ao Cabo de São Vicente, a Rui de Sousa, enquanto que em 22 de Junho de 1487, um habitante da Raposeira, Rodrigo Anes, recebeu mercê da capitania da vila de Sagres. Em 1 de Abril de 1495 foi-lhe concedida a alcaidaria-mor, por D. João II. Em 1498, o filho de Rui de Sousa, João de Sousa, herdou o senhorio de Sagres após a morte do seu pai, tendo depois passado para a sua descendência, os condes do Prado e marqueses das Minas. A fortaleza de Sagres terá sido construída ainda durante o Século XV, para defender a faixa litoral algarvia, principalmente a costa Oeste, e as rotas marítimas entre o Oceano Atlântico e o Mar Mediterrâneo. Era considerado o elemento mais importante do sistema de defesa da faixa costeira, tendo nas suas proximidades outras duas fortalezas, a do Belixe e de São Vicente. Também servia para defender o porto de Sagres, que ainda tinha uma certa importância, sendo utilizado por mercadores internacionais, além de servir como centro de uma indústria piscatória. A Igreja de Nossa Senhora da Graça também terá sido construída durante o período henriquino. Século XVI Inicialmente, Sagres não era freguesia, tendo os habitantes de se deslocar até à vila da Aldeia do Bispo para ter os serviços religiosos, situação que era agravada pela distância considerável entre as duas localidades. Este problema foi resolvido com a fundação da freguesia e da paróquia em 12 de Novembro de 1519, por D. Manuel, que também ordenou a construção da igreja matriz. Esperava-se com estas medidas fosse travado o progressivo declínio da freguesia, que ao mesmo tempo estava a tornar-se cada vez mais num posto militar. Em 4 de Outubro de 1521, o filho de Rodrigo Anes, Alexandre de Freitas, recebeu as patentes de capitão e alcaide-mor da vila de Sagres. Após o seu falecimento em Azamor, estas funções passaram para o seu irmão Manuel de Freitas, que tomou posse em 19 de Julho de 1536, sendo por seu turno substituído por Belchior Barreiros. Sagres chegou a possuir um pequeno concelho, que foi posteriormente anexado ao de Vila do Bispo, tendo nessa altura sido destruídos grande parte dos documentos e livros da antiga autarquia. Em 1587, o corsário Francis Drake fez várias incursões nas faixas costeiras do Algarve, tendo saqueado a povoação de Sagres, e destruído grande parte da fortaleza. As forças inglesas fizeram um desenho do edifício antes de iniciar o saque, o que constitui provavelmente o registo visual mais antigo daquela fortificação. Séculos XVII e XVIII Em 1631 o rei de Portugal e Espanha, Filipe III, ordenou a reparação de algumas partes da muralha que estavam derrubadas, no lado exterior da fortaleza. Segundo o historiador Ataíde Oliveira, as fortalezas de São Vicente e de Sagres submeteram-se sem resistência logo após a Restauração da Independência, em 1 de Dezembro de 1640, que libertou o país do domínio espanhol. Após 1640, foi instalada uma estrutura fortificada exterior, segundo o sistema do Conde de Pagan. Também durante o Século XVII, foi descoberta uma estrutura circular, conhecida como rosa dos ventos. O complexo foi muito danificado pelo Sismo de 1755, tendo-se perdido as muralhas originais. As obras de reconstrução só foram feitas a partir de 1793, coordenadas por José de Sande Vasconcelos, que seguiu um novo modelo, levando a alterações profundas na planta da fortaleza. As obras incidiram principalmente sobre os quartéis, a Casa do Governador, o edifício adossado à cisterna, a igreja, os armazéns militares e a muralha externa. Estes trabalhos ficaram recordados numa placa que foi colocada sobre a entrada da fortaleza. De acordo com pesquisas arqueológicas feitas em 2008 e registos em documentos, as estruturas do túnel de acesso e o torreão central foram construídas durante um período de cerca de 24 anos, na transição do Século XVIII para o XIX, embora tenham sido encontrados vestígios de uma edificação anterior, provavelmente da antiga muralha henriquina, na parede Norte do torreão central. Em 1840, foi instalada uma lápide comemorativa do Infante D. Henrique junto à entrada da fortaleza, por iniciativa de Sá da Bandeira. Em 1843, Sagres era um local de reduzida população, enquanto que a fortaleza em si já tinha perdido grande parte da sua importância, possuindo apenas uma diminuta guarnição, e já não possuindo o fosso. Uma vez perdida a sua função estratégica, a fortaleza ganhou importância como símbolo dos Descobrimentos Portugueses. Em 16 de Junho de 1910, a fortaleza foi classificada como Monumento Nacional. Em 1921, foi redescoberta a formação da Rosa dos Ventos. A ligação da fortaleza aos Descobrimentos e ao Infante D. Henrique valeu-lhe uma especial atenção durante o período do Estado Novo, que tinha como uma das principais ideologias o engrandecimento do seu passado histórico, sendo o Infante considerado um dos maiores heróis nacionais. Uma das maiores manifestações de propaganda do Estado Novo foi o evento das Comemorações Centenárias de 1940, onde D. Henrique teve um papel prepoderante, pelo que durante a organização dos festejos surgiu a iniciativa de construir um monumento à personagem histórica dentro da fortaleza de Sagres. Neste sentido, foram abertos vários concursos entre as Décadas de 1930 e 1950, mas sempre sem resultado. Na sequência destas tentativas falhadas, a Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais executou várias obras de restauro na fortaleza, durante a Década de 1960, no âmbito dos 500 anos após a morte do Infante D. Henrique. Nesta altura, a fortaleza já estava num avançado estado de degradação, estando abandonado e parcialmente em ruínas. Esta intervenção incluiu o restauro dos edifícios no interior da fortaleza, que a tradição indicava serem do período do Infante D. Henrique, tendo num deles sido instalado o Centro de Estudos Ultramarinos, enquanto que a Casa do Governador foi aproveitada como dormitório feminino da Mocidade Portuguesa. Num terceiro edifício, de construção mais recente, foi instalado um posto de informação turística, uma casa da guarda e alojamentos para os faroleiros. Também foram feitas obras de restauro na igreja, e foi criado um auditório dentro de um edifício abobadado, que servia principalmente para passar documentários sobre o Infante D. Henrique. Foi durante obras feitas por aquele organismo que foram alargados os cunhais do portal, na entrada principal do monumento. No âmbito destas obras, foi feito um estudo dos documentos históricos sobre a história de Sagres e da sua fortaleza, e para descobrir onde seria originalmente a Vila do Infante. O resultado destas investigações foi principalmente baseado nos estudos de Fontoura da Costa, que defendia que a antiga povoação henriquina estava sensivelmente no mesmo local onde foi posteriormente construída a fortaleza. Assim, partiu-se do princípio que os vestígios mais antigos encontrados no local tinham sido construídos no local e faziam parte da vila do Infante, sendo estes formado pela Rosa dos Ventos, e por um lanço de muralha no interior, que foi parcialmente ocultado pelo conjunto de casas, conhecido como correnteza. Um dos principais bases para a reconstrução dos edifícios foi uma gravura de 1587, desenhada durante o período dos ataques de Francis Drake ao Algarve, e que era a mais antiga representação conhecida da fortaleza. Estas obras geraram alguma polémica sobre a questão da autenticidade do património, e os métodos de restauro utilizados, tendo-se criticado a reconstrução dos edifícios como uma tentativa de recriar uma autenticidade que podia não ser verdadeira. A Zona Especial de Protecção foi primeiro definida por uma portaria de 17 de Maio de 1962, publicada no Diário do Governo n.º 128, Série II, de 30 de Maio, tendo sido modificada pela Portaria n.º 550/86, publicada no Diário do Governo n.º 221, Série I, de 25 de Setembro, e novamente pela Portaria n.º 469/87, publicada no Diário da República n.º 128, Série I, de 4 de Junho, que repôs os limites de 1962. Em 28 de Fevereiro de 1969, ocorreu um sismo que provocou graves danos na região do Algarve, incluindo na Fortaleza de Sagres. Na Década de 1980, foram feitas novamente obras de conservação no forte, pela Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais. O concurso, feito em 1988, foi principalmente pensado no sentido de adaptar o monumento à procura turística. Em 1991, começaram a ser construídos os novos edifícios no interior da fortaleza, durante o mandato de Pedro Santana Lopes como Secretário de Estado da Cultura. No entanto, estas obras provocaram a contestação das populações locais, que criticaram o projecto de João Carreira, devido às suas linhas modernas, num local que era considerado de grande simbolismo histórico. Devido a esta polémica, uma parte dos novos edifícios não chegou a ser construída, que consistia num corredor com cerca de 260 m de comprimento por 8 m de altura e 6 m de largura, onde seria mostrada a Via dos Descobrimentos. O Decreto-lei 106F/92, de 1 de Junho, criou o Instituto Português do Património Arquitectónico, tendo a fortaleza de Sagres ficado sob a sua responsabilidade. Entre 1996 e 1997 foram feitos trabalhos de valorização dos arranjos exteriores do monumento, igualmente planeados por João Carreira. Nesta altura também foram pintadas de branco as muralhas da fortaleza. Os novos edifícios foram inaugurados em 12 de Julho de 1997, durante o mandato de Manuel Maria Carrilho como Ministro da Cultura. Nos finais de 1997, o retábulo da Capela de Catarina, no interior da Fortaleza de Belixe, foi transportado para o forte de Sagres, por motivos de segurança.
Useful information
Free 3.00 EUR Children: 1.60 EUR - WC - Walking trails - Fortress Chapel - Ruins of the fortress - It is used as art space
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